MPC, ou Multi-Party Computation, é uma técnica criptográfica que permite que várias partes realizem cálculos conjuntos sem revelar os seus dados individuais. Cada participante contribui com a sua informação de forma privada, assegurando que o resultado final seja simultaneamente preciso e credível.
De forma tradicional, os processos computacionais exigem a centralização de todos os dados numa entidade única para processamento, o que implica riscos de privacidade. O MPC viabiliza uma colaboração descentralizada e segura—um avanço que se tornou essencial nos sistemas de segurança de blockchain e criptomoedas.
O princípio fundamental do MPC é o secret sharing, que consiste em dividir dados sensíveis (como chaves privadas ou informações de utilizadores) em várias partes, distribuindo-as por diferentes participantes.
Por exemplo:
Imagine três nós—A, B e C—cada um detém uma parte de uma chave privada. Nenhum dos nós possui acesso à chave completa isoladamente, mas, cooperando segundo um protocolo comum, os três conseguem gerar uma assinatura ou executar uma transação em conjunto.
Esta configuração garante que, mesmo que um atacante comprometa um dos nós, não consegue obter a chave privada integral, reforçando significativamente a segurança dos ativos.
1. Segurança descentralizada de carteiras
As carteiras tradicionais dependem de uma única chave privada—se esta for roubada, todos os ativos ficam perdidos. As carteiras MPC dividem a chave privada em múltiplas partes, distribuídas por vários dispositivos ou prestadores de serviços. Soluções empresariais de referência como Fireblocks, Coinbase Custody e ZenGo utilizam MPC como tecnologia central para proteger fundos.
2. Assinaturas multipartes e custódia institucional
As instituições podem recorrer ao MPC para autorizar transferências de forma colaborativa. Esta abordagem elimina a dependência de um único ponto de confiança. Por exemplo, uma exchange pode administrar em conjunto um conjunto de chaves privadas com custodiante e auditor, assegurando transparência e segurança.
3. Proteção da privacidade e partilha de dados
No contexto blockchain, o MPC permite que várias entidades realizem cálculos ou verificações sem revelar os dados subjacentes. Em cenários como autenticação de identidade descentralizada (DID) ou scoring de crédito on-chain, o MPC viabiliza interações de dados fiáveis para verificação sem sacrificar a privacidade.
O MPC proporciona não só segurança, mas também vantagens essenciais:
Apesar do potencial do MPC, persistem desafios relevantes:
1. Elevada complexidade computacional: a colaboração multipartes aumenta o esforço computacional e de comunicação, afetando a eficiência.
2. Necessidade de especialização técnica: o desenvolvimento e manutenção de sistemas MPC exige competências avançadas em criptografia, fora do alcance de muitas equipas.
3. Padronização limitada: o mercado carece de normas protocolares unificadas, restringindo a interoperabilidade entre soluções.
À medida que protocolos open source como Threshold Signature Scheme (TSS) e frameworks dedicados evoluem, estes desafios estão a ser gradualmente ultrapassados.
Com a adoção da Web3 e o aumento da participação institucional em cripto, o MPC assume-se como elemento central nas infraestruturas de segurança. O MPC poderá integrar-se com outras tecnologias avançadas e contribuir para criar um ecossistema criptográfico mais robusto:
Para saber mais sobre Web3, clique para registar: https://www.gate.com/
No futuro da Web3, a propriedade dos dados e a segurança dos ativos serão determinantes. O MPC introduz um novo paradigma—possibilita confiança e colaboração sem sacrificar a privacidade. O MPC é essencial para carteiras cripto seguras e constitui a base de uma economia de dados descentralizada. À medida que a tecnologia evolui, o MPC irá promover maior segurança e liberdade na indústria blockchain.