16 traços do homem fracassado

O meu telefone permanece mudo, salvo por mensagens de publicidade ou urgências. Ninguém liga, ninguém escreve. A minha vida reduz-se a um percurso diário monótono entre casa e trabalho, sem surpresas nem novas ideias.

O meu círculo social é tão limitado que mal conheço alguém fora dos meus colegas de trabalho. O meu temperamento torna-se cada vez mais volátil, mas só consigo descarregar a minha frustração comigo mesmo.

Careço de paixões ou hobbies que me entusiasmem, tornando os meus dias aborrecidos e repetitivos. Trabalho em algo medíocre, sem perspetivas de melhorar ou ascender profissionalmente.

Os suspiros tornaram-se parte do meu discurso cotidiano, vivo atormentado pela incerteza e pelo medo do futuro. Não me atrevo a experimentar coisas novas porque temo fracassar, tornei-me obstinado.

Com o tempo, descuidei-me na minha aparência e hábitos. Sinto um vazio interior que só tento preencher passando horas a olhar para o telemóvel sem propósito.

Evito enfrentar problemas e falta-me coragem para assumir responsabilidades. Vivo sem uma meta clara, mergulhado na confusão. O meu vocabulário empobreceu, carecendo de educação básica.

A minha vida emocional é um desastre: ou permaneço eternamente solteiro ou sou incapaz de manter relações íntimas saudáveis. A minha saúde deteriora-se, mas ignoro como cuidar de mim ou fazer exercício.

E para completar o quadro, não tenho poupanças. Estou sempre sem dinheiro, vivendo numa precariedade económica constante.

Reconheço-me em algum destes traços? Talvez seja hora de repensar o meu caminho.