Giancarlo Devasini alcança um novo patamar: Tether investe massivamente na Juventus

O mundo do futebol e o da finança digital encontram-se agora em Turim. Depois de dominar o universo das stablecoins, Giancarlo Devasini, figura de destaque da Tether, decidiu entrar no setor desportivo. Esta estratégia ilustra o aumento de poder dos atores cripto que procuram diversificar as suas carteiras e reforçar a sua presença institucional.

Um investimento que muda o jogo

Através da Tether, Giancarlo Devasini adquiriu uma participação de 5% no capital da Juventus, avaliada em cerca de 47 milhões de euros. Esta operação marca uma viragem simbólica: os gigantes da cripto não se limitam a dominar os mercados digitais, conquistam também as instituições tradicionais. Na era em que os fundos soberanos e os magnatas do petróleo controlavam o desporto profissional, eis que um império construído com base nas criptomoedas encontra espaço na carteira de um clube histórico.

Tether, uma potência financeira indispensável

A empresa dirigida por Giancarlo Devasini afirma-se como um ator importante nas finanças descentralizadas. Com sede em El Salvador, a Tether gera uma receita superior a 141 bilhões de dólares e conta com mais de 350 milhões de utilizadores em todo o mundo. Este domínio baseia-se largamente na sua criação principal: a stablecoin mais amplamente adotada no mercado global de criptoativos. As reservas da Tether também impressionam: a entidade detém importantes obrigações americanas, superando em volume os títulos do Tesouro alemães ou australianos.

Um visionário com alcance estratégico

Giancarlo Devasini, 61 anos, encarna o sucesso empresarial no universo das moedas digitais. Classificado como a quarta pessoa mais rica de Itália, com um património líquido superior a 9 mil milhões de dólares, construiu a sua fortuna apostando nas stablecoins indexadas ao dólar. A sua carteira de investimentos revela uma estratégia ambiciosa: a Tether mobilizou recentemente 775 milhões de dólares para financiar a Rumble, plataforma de mídia que atrai uma audiência libertária, enquanto investidores de alto nível como Howard Lutnick, antigo responsável pelo Comércio, injetaram cerca de 600 milhões em obrigações convertíveis.

Uma presença discreta, uma influência crescente

Ao contrário dos estereótipos dos magnatas dos negócios, Giancarlo Devasini cultiva uma relativa discrição. Residente em Lugano, aluga uma habitação modesta de três quartos por 1 400 euros mensais e limita as suas aparições mediáticas. No entanto, o seu regresso simbólico a Turim, a sua cidade natal, através deste investimento na Juventus, demonstra uma ambição tranquila, mas certa: transformar os contornos da economia desportiva mundial. Longe dos holofotes, este visionário redesenha as relações de força entre as finanças tradicionais e os novos poderes cripto.