DYOR: Porque é que os novatos nas criptomoedas vão ter grandes perdas se não fizerem isto?

Introdução: Já ouviste falar de DYOR?

DYOR = Do Your Own Research, traduzido para linguagem simples significa fazeres o teu próprio trabalho de casa. No mundo das criptomoedas, estas quatro letras são mais importantes do que qualquer outra coisa — porque, se não fizeres pesquisa, a tua carteira vai pagar o preço.

Porque é que o DYOR é tão crucial?

A maior diferença entre o mundo das criptomoedas e o mercado de ações é: grande volatilidade, muitos burlões e perdas rápidas.

Embora as criptomoedas possam trazer grandes lucros, há também inúmeros projetos fraudulentos. Esses burlões conhecem bem a natureza humana — criam um sentido de urgência (“oportunidade única”), exploram o FOMO para te levar a investir por impulso. Quando dás por ti, o dinheiro já desapareceu.

Alguns exemplos de 2023 para abrir os olhos:

• Fintoch: alegava ter apoio do Morgan Stanley, mas o verdadeiro CEO era um ator. Os utilizadores perderam 31,6 milhões de dólares.
• Jimbo Protocol on Arbitrum: um rug pull que evaporou 7,5 milhões de dólares.
• Deus Finance on BNB: uma falha num contrato inteligente levou ao roubo de 6 milhões de dólares.

Isto não são casos extremos — só em maio de 2023, houve perdas de 54 milhões de dólares devido a burlas e falhas.

Como fazer DYOR na prática? Lista de cinco passos

Primeiro passo: lê o white paper e compreende a essência do projeto

Não precisas de ter um diploma em finanças, mas pelo menos deves perceber que problema o projeto quer resolver. Lê os white papers do Bitcoin, Ethereum e Solana como referência, depois compara com o projeto que te interessa — a diferença de qualidade fica logo evidente.

Segundo passo: identifica as vantagens competitivas

Faz a ti próprio perguntas difíceis:

• O problema que este projeto quer resolver existe mesmo?
• Em que é que é melhor que as soluções atuais?
• Esta tecnologia pode ficar obsoleta rapidamente?

Se não conseguires responder, falta fazeres mais trabalho de casa.

Terceiro passo: sente o pulso ao mercado

Visita fóruns, navega nas redes sociais, consulta agregadores de notícias. Usa ferramentas como CryptoPanic ou CoinGecko para veres como o mercado está a discutir esse token. Analisa o histórico de preços, identifica tendências — quando é que houve pump por hype e quando é que a procura foi genuína.

Quarto passo: investiga os fundadores e a equipa

Qual é o background deles? Que experiência têm? Têm boa reputação no setor? Uma pesquisa no LinkedIn revela logo se estão a exagerar no currículo. Uma equipa com provas dadas transmite sempre mais confiança do que caras desconhecidas.

Quinto passo: verifica regulação e adoção real

Esta moeda é legal na tua região? Está proibida? Quantos utilizadores reais tem? Usa ferramentas de análise on-chain como a Chainalysis para veres o que dizem os dados na blockchain.

E se não fizeres pesquisa?

O risco dispara. Vais:

• Acreditar em informação errada e dar dinheiro a burlões
• Ser dominado pelo FOMO e comprar no topo
• Não conseguir identificar sinais claros de perigo (baixa transparência, pouca liquidez, fracas medidas de segurança)

Há um termo técnico chamado “shilling” — é quando os burlões te entusiasmam com marketing agressivo, e é nesse momento de excitação que tomas as piores decisões.

Porque é que em 2024 o DYOR é ainda mais importante?

Os investidores institucionais estão a entrar em massa no mercado das criptomoedas. Isto significa que o mercado está mais complexo, racional e menos propenso a ser manipulado pelo hype. Tens de usar estratégias de pesquisa mais avançadas — não basta olhar para a tecnologia, é preciso perceber a liquidez do mercado, os movimentos institucionais e as tendências regulatórias.

Resumo

DYOR não é opcional, é obrigatório. Nada substitui uma diligência cuidadosa e uma boa gestão de risco. Fazer o trabalho de casa antes de entrares no mundo das criptomoedas é a forma mais direta de poupar dinheiro.