Recentemente, veio um sinal não muito bom da Reserva Federal de Chicago.

O responsável Gursby foi direto durante uma entrevista esta semana - agora que o governo está paralisado e os dados de inflação estão suspensos, ele não tem certeza sobre a continuação do corte das taxas de juro. "Se a inflação sair do controle, pode demorar muito até que a gente perceba isso." Ele disse isso com um tom bastante sério.

Qual é o problema? Os dados de inflação que uma instituição privada pode fornecer são escassos, muito menos abrangentes do que os dados de emprego. Agora que os canais oficiais estão fechados, os formuladores de políticas basicamente estão às escuras - a compreensão sobre a evolução dos preços está longe de ser tão clara quanto a do mercado de trabalho.

A atitude de Gursby é clara: "Quando não se consegue ver o caminho, é hora de diminuir a velocidade e estar mais atento."

Revisando o contexto: no mês passado, a decisão de reduzir as taxas de juros aconteceu pela segunda vez consecutiva, principalmente para estimular o mercado de trabalho - afinal, nesta verão, a atividade de recrutamento diminuiu visivelmente. Mas agora os dados mostram que a taxa de desemprego em outubro pode subir ligeiramente para 4,36%( arredondando dá 4,4%), atingindo o maior nível em quatro anos. Esse número é principalmente causado pela queda na taxa de reemprego entre os desempregados, além do aumento na taxa de demissões.

Mais problemático é que instituições como o Bureau of Labor Statistics e o Bureau of Economic Analysis interromperam a publicação de relatórios regulares devido à paralisação do governo. A última taxa oficial de desemprego disponível ainda é de agosto. Embora o Federal Reserve de Chicago tenha criado um modelo de estimativa que publica dados duas vezes por mês, no fundo, tomar decisões políticas em um estado de "voo cego" realmente envolve riscos consideráveis.