Contexto do Projeto e Cenário de Mercado

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Com o avanço das moedas digitais e das stablecoins, essas últimas se consolidaram como uma classe de ativos central no ecossistema financeiro cripto. Stablecoins atreladas ao dólar, como USDT e USDC, já ultrapassam US$100 bilhões em circulação, e o mercado deve superar US$300 bilhões pela primeira vez em 2025—um salto anual superior a US$100 bilhões. Stablecoins não só desempenham papel essencial em liquidações de negociações, mas também estão cada vez mais presentes em pagamentos internacionais, finanças on-chain e gestão de tesouraria corporativa. Contudo, as stablecoins predominantes hoje dependem de blockchains públicas como Ethereum, Tron e Solana, que não foram criadas especificamente para esse fim e apresentam sérias limitações de desempenho e custo: Ethereum encara taxas elevadas em períodos de congestionamento; Tron oferece taxas baixas, mas levanta dúvidas quanto à centralização e segurança; Solana entrega alta velocidade, mas já sofreu interrupções. Esses fatores tornam os custos de pequenos pagamentos imprevisíveis, exigem que usuários mantenham tokens voláteis para taxas de gás e fragmentam a experiência cross-chain.

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Blockchains desenvolvidas especificamente para stablecoins surgem para superar esses desafios. Ao tornar stablecoins a moeda nativa da rede, taxas e liquidações são feitas em stablecoins (ex.: USDT), garantindo previsibilidade de custos e liquidação em tempo real. Essas blockchains são otimizadas em nível de protocolo para desempenho, escalabilidade e compliance, oferecendo infraestrutura mais eficiente para pagamentos. Nesse contexto, surge a StableChain (“Stable” ou “StableChain”), primeira Layer 1 blockchain nativamente centrada no USDT, elevando a infraestrutura de pagamentos com stablecoin a um novo patamar. O momento do lançamento também é estratégico: a aprovação do GENIUS Act nos EUA, em 2025, trouxe um marco regulatório claro para pagamentos com stablecoins, acelerando a busca por conformidade e criando condições favoráveis para projetos como a StableChain.
Visão e Posicionamento Estratégico da StableChain
Desenvolvida pela equipe Stable, a StableChain se posiciona como uma blockchain de pagamentos em USDT de padrão corporativo, dedicada a liberar o potencial do USDT e de outras stablecoins, ao mesmo tempo em que soluciona as deficiências dos sistemas de pagamento tradicionais. Sua visão central é permitir que “o USDT circule on-chain com a mesma liberdade do dinheiro em espécie”, criando uma rede global para pagamentos instantâneos, eficientes e de baixo custo em stablecoins. A StableChain utiliza o USDT como combustível nativo e unidade contábil, eliminando a dependência de tokens voláteis e simplificando radicalmente o processo de pagamentos.
Os objetivos estratégicos são:
- Impulsionar a Adoção Global do USDT: A Stable busca promover a circulação e uso global do USDT, tornando-o o pilar da infraestrutura de pagamentos digitais. A equipe acredita que trilhos de pagamentos tradicionais precisam de modernização urgente e que a moeda USDT nativa da StableChain pode oferecer experiências de pagamento “instantâneas e eficientes” que resolvem falhas dos sistemas atuais.
- Infraestrutura de Pagamentos Empresarial: A StableChain é projetada para empresas e instituições, com espaço dedicado em blocos, processamento de transações em lote e funções de privacidade para garantir previsibilidade e confiabilidade em grandes pagamentos e liquidações financeiras. A equipe enxerga a StableChain como um backbone financeiro e de pagamentos—uma alternativa cripto-native ao SWIFT—garantindo compliance e segurança.
- Construção de um Ecossistema de Stablecoins: Além de solucionar casos de uso de pagamentos, a Stable planeja construir uma “rede de ecossistema Stable” completa. Como já detalhado, o roadmap de desenvolvimento tem três fases: Fase 1 entrega gás USDT nativo com confirmação subsegundo; Fase 2 traz agregador USDT e espaço de bloco dedicado para empresas; Fase 3 aprimora performance e lança ferramentas para desenvolvedores. Com essa evolução, a Stable busca atrair desenvolvedores e usuários para criar um ecossistema robusto de aplicações financeiras e de pagamento.
Mecanismos Centrais do Produto

A arquitetura da StableChain gira em torno do USDT como padrão e traz mecanismos inovadores para elevar a eficiência dos pagamentos e a experiência do usuário:
- Gás Nativo em USDT: A StableChain faz do USDT o token de gás nativo, com taxas liquidadas diretamente em USDT. Usuários só precisam manter USDT—sem tokens adicionais—para pagar taxas on-chain. Isso elimina a necessidade de manter ou converter tokens voláteis só para taxas de gás. Seja em transferências P2P, QR Code ou liquidações comerciais, todas as taxas são pagas em stablecoin, reduzindo custos e barreiras de entrada.
- Abstração de Conta & Pagamentos Sem Gás: Com design de abstração de conta inspirado no EIP-7702, cada carteira de usuário é uma conta inteligente programável. A rede integra Bundler e Paymaster: ao iniciar uma transação em USDT, taxas são deduzidas automaticamente do saldo de USDT—sem precisar gerenciar tokens de gás. Nesse modelo, transferências de USDT têm custos transparentes; o usuário vê apenas o saldo de USDT mudar, sem linha separada de desconto de gás. Essa abordagem “sem gás” viabiliza micropagamentos e pequenas transações diárias, aproximando pagamentos on-chain da experiência do dinheiro físico.
- Arquitetura de Dois Tokens (USDT0 & GasUSDT): A StableChain tem duas formas internas de USDT: USDT0 (token do usuário) e GasUSDT (combustível do protocolo). USDT0 é o saldo padrão ERC-20; GasUSDT é usado para taxas. Ambos mantêm paridade 1:1; o usuário só precisa manter USDT0, e a rede converte automaticamente USDT0 em GasUSDT via abstração de conta. É similar ao modelo ETH/wETH no Ethereum: o usuário interage com um token, o protocolo gerencia conversões—unificando moeda de transação e pagamento de taxas.
- Bundler & Processamento em Lote: A StableChain processa transações agrupando e executando em paralelo. Nós Bundler dedicados juntam várias transações de usuários em lotes grandes para execução paralela. Para transferências em massa de USDT, a rede tem um Agregador de Transferências USDT interno que combina milhares de transferências em operações em lote, usando processamento paralelo estilo MapReduce. O agregador calcula as alterações líquidas e grava o resultado on-chain em uma só operação—aumentando a vazão e reduzindo o consumo de bloco. Com processamento em lote, a StableChain suporta pagamentos em alto volume com baixa latência e taxas mínimas.
- Espaço de Bloco Dedicado para Empresas: A StableChain oferece a usuários institucionais espaço reservado em blocos. Em congestionamento, validadores alocam capacidade para transações críticas, dando prioridade a pagamentos essenciais. Sempre há parte de cada bloco para transações USDT de alta prioridade—garantindo que, mesmo em picos de uso, operações empresariais sejam incluídas sem atrasos ou variação de taxas. Isso permite que empresas realizem folha de pagamento, liquidações e operações-chave sem preocupação com taxas ou atrasos.
- Transações com Privacidade: Para demandas institucionais, a StableChain vai implementar Transferências Confidenciais com provas de conhecimento zero para criptografar valores, expondo publicamente só as partes envolvidas. Assim, empresas ocultam valores sensíveis mantendo transparência regulatória. O recurso equilibra privacidade comercial e compliance—oferecendo pagamentos on-chain seguros para grandes transações e liquidações institucionais.
Visão Geral da Arquitetura Técnica

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A arquitetura técnica da StableChain é otimizada para pagamentos com stablecoins em consenso, execução, armazenamento, interoperabilidade cross-chain e outros pontos:
- Consenso: StableBFT (Baseado em CometBFT): A StableChain usa o protocolo StableBFT próprio—um Proof-of-Stake delegado (dPoS) sobre uma versão aprimorada do CometBFT (antigo Tendermint). O StableBFT mantém segurança BFT e traz modo multi-propositor para superar gargalos de liderança única e aumentar a vazão—permitindo TPS altíssimo e confirmações subsegundo. Em testes, atinge até 200.000 TPS via canais paralelos (“Autobahn”), mantendo segurança; o desempenho real em mainnet ainda será validado, mas a meta são milhares de pagamentos por segundo.
- Execução Compatível com EVM (StableVM++): Totalmente compatível com o EVM do Ethereum, a StableChain permite que desenvolvedores usem contratos inteligentes existentes e ferramentas familiares. Para stablecoins, adiciona funções ao EVM (“StableVM++”), como precompiles nativos para transferências agregadas e consultas de ledger. Documentação oficial destaca execução otimizada de transações e armazenamento de estado para menor latência e mais vazão—mantendo compatibilidade EVM.
- StableDB: Armazenamento de Estado de Alta Performance: Para evitar gargalos de I/O em disco, a StableChain traz o StableDB—armazenamento que grava alterações recentes em memória (MemDB) e depois transfere de modo assíncrono para disco (VersionDB) via threads de fundo. A estrutura DualDB garante acesso rápido a estados recentes e gestão eficiente de históricos—aumentando a vazão sob alta demanda e mantendo baixa latência.
- Interoperabilidade Cross-Chain & Bridging: Utilizando LayerZero e tecnologias similares, a StableChain garante conectividade entre redes. Segundo o projeto, USDT0 usa o padrão OFT (Omnichain Fungible Token) para operações cross-chain—permitindo transferir ativos de outras redes (Ethereum, BSC etc.) para a StableChain com um clique via gateways LayerZero, acessando liquidez profunda. Planos futuros incluem bridges nativos conectando StableChain a Bitcoin, Ethereum e outras grandes redes—criando uma rede unificada de liquidação com stablecoins.
- Privacidade zk: A StableChain suporta provas de conhecimento zero para transferências confidenciais—ocultando valores e permitindo pagamentos privados ou cenários de verificação KYC on-chain. Módulos zk opcionais permitem compliance regulatório e segurança aprimorada para institucionais.
- Infraestrutura (RPC/Nó): A StableChain prioriza alta disponibilidade na camada de nó/API—adotando arquitetura de nós desacoplada (consenso/execução separados de RPC), balanceamento de carga e autoescalabilidade para evitar gargalos. Documentação e comunidade destacam design de RPC escalável e disponível—com gateways distribuídos e verificação leve previstos como otimizações futuras.
O modelo de dois tokens da StableChain é feito para pagamentos em USDT: usuários mantêm USDT0 para transações diárias, enquanto GasUSDT serve como combustível da rede. O protocolo converte automaticamente USDT0 em GasUSDT via abstração de conta—sem ação manual. Com suporte OFT via LayerZero para liquidez cross-chain, usuários transferem USDT entre blockchains de forma transparente—eliminando dificuldades dos bridges tradicionais.
Equipe & Histórico de Investimento
A equipe fundadora da StableChain (Stable) reúne experiência sólida em blockchain e finanças; o CEO & cofundador Joshua Harding já expressou diversas vezes sua visão de modernizar a infraestrutura de pagamentos. O projeto conta com investidores e conselheiros de peso—Paolo Ardoino (CTO da Tether/Bitfinex; arquiteto do USDT), Bryan Johnson (fundador da Braintree), Nathan McCauley (ex-CEO da Anchorage), entre outros. Em julho de 2025, a Stable concluiu uma rodada seed de US$28 milhões liderada por Bitfinex e Hack VC; participaram ainda Franklin Templeton, Castle Island Ventures, eGirl Capital, Bybit-Mirana, Susquehanna International Group (SIG), Nascent, Blue Pool Capital, BTSE, KuCoin Ventures, entre outros. A Bitfinex teve papel relevante na incubação inicial. O volume captado e o perfil dos investidores demonstram o reconhecimento do setor pela visão da Stable.
Os recursos são direcionados principalmente à construção da infraestrutura de rede, expansão das equipes e promoção da adoção global do USDT. Segundo o lançamento oficial: “Esse financiamento será utilizado para expandir a infraestrutura de rede da Stable, crescer a equipe e impulsionar a circulação/aplicação global do USDT.” A equipe da Tether também apoia fortemente essa missão; Paolo Ardoino observou que a postura dos EUA em relação a ativos digitais mudou radicalmente—e que a equipe Stable “entende completamente e está preparada para levar o USDT ao mainstream.” Assim, tanto o histórico da equipe quanto o suporte dos investidores agregam credibilidade e recursos essenciais ao projeto.
Desenvolvimento do Ecossistema & Casos de Uso Reais
O ecossistema da StableChain avança em pagamentos pessoais, liquidações empresariais, integração DeFi e mais:
- Stable Pay Wallet: A Stable lançou o app oficial “Stable Pay”—porta de entrada do ecossistema. Focada em pagamentos fluidos como carteira não-custodial, suporta cadastro por e-mail/rede social sem mnemônico. A Stable Pay oferece liquidação instantânea e transferências sem taxas de gás; pagamentos em USDT são concluídos em segundos, sem taxas visíveis. Até setembro de 2025, na abertura de pré-registros do KBW Expo, mais de 100 mil usuários se inscreveram—mostrando demanda global por pagamentos com stablecoin. Planos futuros incluem ferramentas empresariais, estratégias de yield e suporte ampliado a tokens—tornando-se plataforma completa de pagamentos em stablecoin para pessoas e empresas.
- Pagamentos & Liquidação Empresarial: Com espaço de bloco dedicado e processamento em lote, a StableChain oferece suporte especial para empresas/pagamentos de maior valor—permitindo remessas internacionais, folha de pagamento e liquidação de cadeia de suprimentos com serviço previsível e quase instantâneo. Recursos de privacidade on-chain protegem fluxos corporativos sensíveis; algumas instituições podem migrar ativos/liquidações para a StableChain buscando eficiência/custos. O comunicado oficial destacou 100 mil+ pré-registros no KBW Expo com suporte a liquidação quase instantânea.
- DeFi & Colaboração Cross-Chain: Como rede compatível com EVM, projetos DeFi podem se integrar—exchanges descentralizadas oferecendo swaps/lending instantâneos de USDT, aproveitando agregação eficiente de ordens e matching na rede. Planos incluem bridges com outras redes DeFi (Ethereum/Tron etc.) para movimentação bidirecional de ativos; o uso de USDT0/LayerZero permite transferências fluidas entre StableChain e redes externas—ampliando liquidez. Infraestrutura como gateways de pagamento e provedores de clearing vão enriquecer ainda mais os casos de uso.
- Carteiras & Soluções de Custódia: Além da carteira oficial Stable Pay, a StableChain incentiva integração de terceiros para pagamentos nativos em USDT; mais carteiras mobile/web com login social e onramp fiat são esperadas—ampliando o alcance do usuário. Apesar de operar sua própria rede, soluções de custódia (cofres mnemônicos/serviços de assinatura) seguirão padrões cripto tradicionais—permitindo custódia terceirizada e compliance para clientes institucionais.
- Interoperabilidade de Ativos Cross-Chain: Estão previstos hubs nativos cross-chain—permitindo conexão direta com Ethereum/Bitcoin etc., possibilitando que ativos como USDT transitem entre redes sem barreiras. Isso dá ao usuário opções de roteamento otimizadas e consolida a StableChain como hub financeiro cross-chain de stablecoins. Atualmente interoperável via bridges LayerZero—com mais bridges oficiais/soluções reguladas previstas.
Com essas iniciativas, a StableChain constrói uma rede de pagamentos centrada em stablecoin: usuários finais contam com carteiras simples/pagamentos quase sem custo; empresas têm liquidações seguras e previsíveis; desenvolvedores aproveitam compatibilidade EVM e ferramentas especializadas, reduzindo barreiras de desenvolvimento. Nesse ecossistema, o USDT evolui de par de negociação/colateral para meio de troca on-chain de alta frequência.
Comparação com Outros Protocolos de Stablecoin/Cadeias de Pagamento
O posicionamento da StableChain é distinto dos ecossistemas/concorrentes atuais:
MakerDAO & Frax
DAI/Frax da MakerDAO são protocolos algorítmicos ou sobrecolateralizados em Ethereum/cadeias públicas—focados em mecanismos inovadores de emissão/governança; já a StableChain foca na infraestrutura de pagamentos com stablecoin em si. Ao contrário de Maker/Frax, que emitem novas stablecoins ou algoritmos de colateral complexos, a StableChain é uma blockchain independente que serve stablecoins já consolidadas (USDT), sem emitir novos tokens ou algoritmos—aproximando-se mais de uma rede de pagamentos do que de um protocolo de emissão.
TRON & Solana
A TRON abriga mais de 50% do suprimento de USDT, com volumes diários de dezenas de bilhões; suas baixas taxas/alta vazão impulsionam a popularidade, mas exigem manter tokens TRX voláteis para taxas—além de críticas quanto à centralização/segurança. Solana oferece throughput ultraelevado para várias stablecoins, mas exige SOL para taxas e pode enfrentar desafios de estabilidade. O diferencial da StableChain é usar USDT como combustível—eliminando conversão de tokens; além disso, foca em design específico para pagamentos, com execução paralela, processamento em lote e privacidade para empresas—otimizações ausentes em blockchains generalistas.
Plasma vs StableChain (Estratégia Dual Chain da Tether)
A Tether lançou a Plasma—blockchain de transferências de alta performance/zero taxa, ancorada periodicamente ao estado da rede Bitcoin. A Plasma mira alta frequência e DeFi; a StableChain é desenhada para pagamentos e liquidações do dia a dia. Plasma lida com micropagamentos e ancoragem off-chain; a StableChain serve como cadeia de liquidação principal—complementares, mas concorrentes em nichos de comércio e remessas, cada uma com papel distinto.
Arc (Circle) & Tempo (Stripe)
A Arc, da Circle (lançada em agosto de 2025), é outra Layer 1 para stablecoins—usando USDC como gás e integrando várias moedas fiat (EURC etc.) com motor FX, mirando liquidações institucionais/globais. Já a StableChain foca só no USDT/ecossistema dólar; o Tempo, da Stripe/Paradigm, é infraestrutura neutra para múltiplas stablecoins/cadeia de pagamentos—com confirmações instantâneas e sem emissão de token nativo. Todas essas cadeias ocupam o segmento de blockchains para stablecoins—mas cada uma tem características próprias: Arc explora integração profunda com Circle e clearing multicurrency; Tempo enfatiza pagamentos nativos e suporte multi-token; a StableChain explora o market share do USDT e apoio da Tether—focando em infraestrutura de pagamentos empresariais em dólar, de baixa barreira.

Tabela Comparativa de Protocolos de Stablecoin
Resumidamente, o que diferencia a StableChain de protocolos legados e blockchains generalistas é seu foco: uma blockchain pública feita para USDT, onde pagamentos com stablecoin são centrais, não secundários em redes de valor amplas. Como destaca a ChainCatcher: cadeias de token único como Arc/Stable focam eficiência de pagamentos intra-chain, enquanto a Arc mira hubs de clearing cross-chain; a StableChain quer fazer do USDT o “dólar digital” on-chain—construindo sua vantagem por meio de infraestrutura otimizada.
Tokenomics do STABLE

Fonte do Gráfico de Desbloqueio do Token STABLE: https://docs.stable.xyz/en/introduction/tokenomics
STABLE é o token de governança nativo da Stable Network—emitido sob padrão EVM em mainnet, com oferta total de 100 bilhões de tokens. Como “chain nativa de stablecoin”, a maioria das operações (transferências/pagamentos/liquidações de alta velocidade) exige só USDT—sem precisar de STABLE no dia a dia. O design torna pagamentos mais próximos do Web2—reduzindo barreiras e protegendo a circulação de stablecoin da volatilidade do token de governança.
A utilidade do STABLE está na governança—gestão de protocolo, eleição de validadores, votação de parâmetros e incentivos ao ecossistema. Detentores participam diretamente das regras e rumos do desenvolvimento via governança on-chain; o STABLE também permite staking—delegadores recebem parte das taxas da rede (coletadas em USDT/gás e distribuídas conforme regras de staking). Assim, o STABLE atua como “camada de coordenação”—mantendo modelos econômicos, incentivando validadores e impulsionando o crescimento do ecossistema.
A filosofia da Stable separa “camada de pagamentos” de “camada de governança”:
- Pagamentos/liquidações dependem só de USDT—para usabilidade e estabilidade;
- STABLE cobre governança, staking, incentivos e coordenação de longo prazo—garantindo o desenvolvimento sustentável da rede.
Essa abordagem oferece experiência de alta vazão, confiabilidade e baixa barreira na camada de pagamentos, enquanto atribui ao token de governança funções de captura de valor e coordenação de longo prazo—para uma economia de tokens clara e estruturada.
Desafios & Perspectivas Futuras
Apesar das inovações e vantagens, a StableChain enfrenta desafios importantes:
- Pressão Regulatória & Compliance: Por ser atrelada ao USDT—e com a Tether sob escrutínio em várias jurisdições—eventuais sanções ou restrições podem impactar o ecossistema. Com novas regras (GENIUS Act nos EUA/MiCA na UE), é preciso garantir compliance, incluindo integração com sistemas bancários—equilibrando privacidade/anônimato e transparência/KYC.
- Segurança & Estabilidade: Por ser rede nova ainda não ativa em mainnet—desempenho e segurança não estão comprovados em escala; mesmo usando tecnologias maduras como CometBFT e abstração de conta, a operação real pode enfrentar ataques inéditos ou bugs. Os planos de incentivos/token de governança ainda não foram definidos—o que pode afetar descentralização e saúde do ecossistema; algumas rollups lançam sem token—mas, se for o caso, a sustentabilidade deve ser tratada.
- Concorrência & Adoção: Com gigantes como Visa/PayPal entrando em pagamentos blockchain—e Arc/Tempo lançando novas blockchains—o cenário competitivo se intensifica; rápida atração de desenvolvedores/usuários e oferta rica de aplicações são essenciais para se destacar. Até agora, o ecossistema é incipiente—sem dados públicos de uso ou grandes implantações; embora 100 mil+ pré-registros sejam promissores, retenção, atividade e vitalidade ainda precisam ser provadas.
- Desafios Técnicos & Execução: O roadmap multifásico (confirmação subsegundo→execução paralela→escalabilidade extrema) demanda tempo e validação prática; otimizações contínuas são necessárias em engines paralelos/sharding/segurança cross-chain; suporte futuro a outros ativos (USDC/fiat stables), upgrades de privacidade e evolução do protocolo também exigem avanços constantes.
- Desenvolvimento do Ecossistema & Tokenomics: Hoje sem token próprio—usando só USDT—simplifica a fase inicial, mas pode limitar incentivos futuros; frameworks de governança/staking/incentivo precisam ser explorados—including possíveis lançamentos de token ou mecanismos alternativos de recompensa—para estimular participação de validadores/desenvolvedores/usuários; parcerias com bancos/gateways de pagamento/empresas também são essenciais para integrar-se à infraestrutura financeira tradicional.
Olhando à frente—caso esses desafios sejam superados—a StableChain pode se tornar a base dos pagamentos globais com stablecoins; tecnicamente, oferece alta vazão, baixa latência e vantagens sem gás, suportando microtransações, remessas e folha de pagamento em escala; em UX, carteiras com login social, pagamentos via voucher e domínios legíveis estão no roadmap oficial (ex.: carteiras com login social). De modo geral, a StableChain reflete a tendência de emissores de stablecoin buscando controle sobre a cadeia de valor dos pagamentos; se integrada ao sistema financeiro tradicional, pode redefinir liquidações internacionais e infraestrutura de pagamentos digitais globalmente. O ambiente tecnológico e regulatório segue evoluindo—mas o objetivo da StableChain é claro: construir uma rede onde USDT (e outros stables) circulem tão livremente quanto dinheiro.
Conclusão
Como a primeira blockchain pública Layer 1 do mundo nativamente movida a USDT, a StableChain inaugura um modelo inovador para infraestrutura de pagamentos. Com arquitetura centrada em USDT, transações sem gás e abstração de conta, resolve de forma profunda os principais gargalos dos pagamentos com stablecoin. Com tecnologias como consenso StableBFT, execução paralela e armazenamento em memória, entrega velocidade e eficiência de custos sem precedentes; ao mesmo tempo, seu ecossistema se expande rápido—do Stable Pay a soluções corporativas—ampliando aplicações reais.
Comparada a MakerDAO/Frax—ou blockchains como Tron/Solana—a StableChain se destaca por focar exclusivamente em pagamentos com stablecoin, integrando USDT em todo seu stack de design.
Apesar dos desafios regulatórios, de segurança e competitivos—a StableChain já tem apoio de líderes como Tether/Bitfinex—e atrai atenção do mercado. Sua visão é clara: fazer do USDT a moeda base para transferências globais de valor—e tornar pagamentos tão simples e eficazes quanto dinheiro.
No futuro financeiro—de folhas de pagamento instantâneas, remessas internacionais a finanças embutidas e integrações DeFi—a StableChain quer prover soluções unificadas e eficientes para pagamentos com stablecoin.
A ascensão das blockchains dedicadas a stablecoins está reescrevendo a cadeia de valor da infraestrutura financeira—e a StableChain está na linha de frente dessa transformação.